Escolha um dos poemas a seguir e crie uma paródia ou pastiche. Use a criatividade. Na rua Aurora eu nasci ( Mário de Andrade) Na rua Aurora eu nasci Na aurora da minha vida E numa aurora cresci. No largo do Paissandu Sonhei, foi luta renhida, Fiquei pobre e me vi nu. Nesta rua Lopes Chaves Envelheço, e envergonhado Nem sei quem foi Lopes Chaves. Mamãe! me dá essa lua, Ser esquecido e ignorado Como esses nomes da rua. Ah! Desgraçados! (Bertold Brecht) Um irmão é maltratado e vocês olham para o outro lado? Grita de dor o ferido e vocês ficam calados? A violência faz a ronda e escolhe a vítima, e vocês dizem: "a mim ela está poupando, vamos fingir que não estamos olhando". Mas que cidade? Que espécie de gente é essa? Quando campeia em uma cidade a injustiça, é necessário que alguem se levante. Não havendo quem se levante, é preferível que em um grande incêndio, toda cidade desapareça, antes que a noite desça. Presença (Mário Quintana) É preciso que a saudade desenh
O CONSUMIDOR Luiz Puntel “ Não andeis, pois, a indagar o que haveis de comer ou beber, e não vos entregueis a inquietações.” (Lucas 12-29) O homem desceu do ônibus urbano. Não andou muito e parou na porta do supermercado, lembrou-se dos empórios e armazéns de secos e molhados, vendas no atacado e no varejo, o que vai ser, dona Maria! No tempo dele pequeno, na cidadezinha do interior, Sinhá dizia: vai depressa comprar um quilo de feijão e mais um de arroz e vê se anda ligeiro que também quero um dedo de cachaça que é para mode esquentar a goela. Passava a mão na caderneta do armazém e zunia atrás do bote um sorvete também na conta, Seu Gumercindo! O homem do armazém, de avental na cintura e com aqueles óculos-fundo-de-garrafa que era para somar a mais na puxada do saldo. Atendia o moleque dos Souza, um pirralho sem educação que nem pedia faz favor; era me dá isso, bota aí na conta, me dá aquilo e mais aquilo outro. Desavergonhado, bem feito, era por isso que ele, Gu